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Uma casa "quase"perfeita

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Uma casa "quase"perfeita Empty Uma casa "quase"perfeita

Mensagem por Le-matoran girl Dom Mar 09, 2008 7:18 pm

Bem, já tinha esta história guardada a uns tempos e há uns dias atrás encontrei-a entre os meus cadernos. Decidi então agarrar nela outra vez e alterá-la, dar-lhe um melhor enredo. E aqui está ela!
Ah, os acontecimentos desta história dão-se depois da máscara de luz e antes de irem para Metru Nui. Se houver alguma coisa confusa na história, avisem-me ok? E eu ajudo Wink
E mais uma coisa: Espero que gostem!! Very Happy Very Happy



1


Mesmo que não pudessem estar no seu verdadeiro lar, eles tinham de arranjar um. Uma carrinha com um espaço muito reduzido não era exactamente um lugar confortável para 7 pessoas dormirem ou comerem sequer. Mesmo que esta tinha sido indispensável durante a sua busca, eles precisavam de mais espaço. Já era impossível esticar as pernas lá dentro quanto mais com o Pewku a saltar de um lado para o outro como um canário engaiolado.
Isso dava-lhes saudades da liberdade que costumavam ter. Já tinham passado dois meses desde aquele dia da emboscada. Como poderiam eles saber que mesmo depois do Takanuva o ter derrotado ele voltaria mais uma vez dos mortos para os atacar? Apanhados de surpresa e arrastados para aquela dimensão, transformados em seres humanos, formas vulneráveis contra as forças do Makuta… A vida deles não tem sido fácil.
A sua única esperança, de acordo com umas coisas que ouviram das legiões do Makuta, havia um ser com uma máscara capaz de transportar pessoas entre dimensões. O seu nome: Brutaka, e estava ali naquela dimensão por razões que ninguém conseguia descobrir. Seja quem ele fosse, os 7 Toa estavam decididos a ir atrás dele e pedir-lhe ajuda. As armas e poderes que felizmente ainda estavam com eles e davam alguma vantagem na sua busca.
E assim começara a aventura deles, lutar contra as sombras, a viajar em busca desse famoso Brutaka e acima de tudo esconder a sua identidade das outras pessoas.
Mais uma vez, Pewku deu um pulo entre eles, a tentar olhar pela pequena janela. Ela não fazia muita ideia do que eles tinham passado e naquele momento só estava interessada em sair daquela carrinha.
- Pewku, vem para aqui. – Pediu Takanuva um pouco impaciente como os outros. Pewku mirou-o com uma alegria nos olhos de cachorro e fez o que ele disse, saltando para ao pé dele e enroscando-se, ainda aborrecida por estar ali. E não era a única.
Pois é, estavam mesmo a precisar de encontrar uma casa…..

- Oh, irmãos, ouçam isto! – Avisou Gali ao ler o jornal. Já há algum que tinha arranjado aquele hábito de os ler. Era útil, interessante a ajudava a passar as horas enquanto viajavam. Algumas cabeças apareçam na pequena janelinha, todos menos Tahu que estavam a guiar naquela tarde. – Encontrei um anúncio de uma casa à venda ideal para nós.
- A sério? – Perguntou Pohatu.
- Vejam a fotografia. – Virou para trás e encostou a página à janelinha. – Parece muito espaçosa.
- Hmmm, o preço parece bom também. – Reparou Onua.
- “Muito espaço livre, árvores no quintal, uma cabana e com vista para o rio”… - Leu Lewa, que começava a gostar da ideia.
Tahu fez uma careta com a última parte.
- Preferes continuar a dormir na carrinha? – Sugeriu Gali. – Tahu, temos de tentar, pode ser uma oportunidade que se calhar nunca mais voltaremos a ter.
- Está bem, tens razão. – Resmungou um bocado enquanto agarrava num mapa. – É longe?

Eles nem podiam acreditar quando finalmente a viram com os seus próprios olhos. Era ainda maior do que aparentava ser na foto e parecia quase nova, excepto por algumas telhas partidas e alguns partes que bem precisavam de ser pintadas outra vez. O jardim não estava mau, muito verde e com um ar acabado de ser cortado. O rio ao lado da casa só a tornava mais bonita e convidativa.
Lewa, Pohatu, Kopaka e Takanuva saíram rapidamente da carrinha para esticar as pernas e foram logo para o jardim, gozar a liberdade. Não valia a pena eles dizerem se gostaram. Onua observava cuidadosamente a casa com um sorriso enquanto que Kopaka não tinha dito uma palavra desde que tinham chegado. Contudo nada parecia dizer que pensava o contrário; Tahu estava a começar a gostar da casa e Gali estava encantada.
- Foram vocês que me chamaram para ver a casa? – Uma mulher baixa com um sorriso de orelha a orelha e mãos enrugadas cumprimentou-os com um agitado nervosismo. – Boa tarde, o meu nome é Susana. Entrem, entrem, tenho a certeza que vão adorar esta casa.
Seguida pelos Toa, a mulher aproximou-se da porta principal e tentou tirar as chaves do bolso. As suas mãos tremiam enquanto procurava a chave no molho que tinha guardado e quase que deixava-as cair todas.
- Está bem? – Perguntou Gali, preocupada.
- Oh, não te preocupes filha, eu ando só um bocadinho meio atrapalhada. Pronto, cá está a malandra! – E rapidamente abriu a porta, deixando eles entrar primeiro.
Mas quando ia a entrar na casa, Takanuva parou. Um súbito arrepio percorreu-lhe a espinha e olhou à volta; mas não estava ninguém, só Pewku ao pé dele. “Deve ser do frio” Atou o melhor o casaco e encaminhou-se para dentro.
- Anda Pewku!

O interior da casa estava despido de vida: paredes brancas, algumas com marcas de quadros que estivessem estado ali, quase nenhuma mobília que fazia o interior parecer maior. Havia um estranho cheiro de madeira, com odores do passado e muito pó que dava um ar desarrumado e melancólico à casa. Mas nada disso lhes importava, eram coisas que podiam ser remediadas com o tempo. E tinha o essencial para eles, e ainda por cima equipada. Parecia inacreditável.
- Tem um sótão com uma vista fantástica. Venham ver. – Continuou Susana abrindo uma porta com outra das suas chaves. Subindo umas pequenas escadas, podia-se ver que era muito simples à primeira vista: roupeiro, cama, uma escrivaninha já muito velha e a tal janela que ela abriu para mostrar a bela paisagem. A vista sobre o rio, a floresta e o quintal tinha agradado muito a Lewa que se aproximou mais para ver. – Vejo que gostou. Tem bom gosto. É um dos quartos mais bonitos desta casa. Agora vou mostrar-vos a sala. É muito grande, vão ver! É ideal para fazer festas. – Soltou umas gargalhadas estridentes e guiou-os para o próximo.
A mulher não estava a brincar, A sala era mesmo muito grande. Tinha umas portas de vidro que davam para uma varanda no jardim, umas estantes vazias, um relógio e ainda uma lareira e um sofá grande; várias ocupavam a sala, iluminando-a completamente.
Estavam todos com um grande sorriso, e a vendedora achou que era a altura:
- Bem, desejam comprar a casa?
-O que acham irmãos? – Perguntou Gali.
- Eu gosto. – Disse Onua.
- Eu também. – Apoiou Pohatu.
- Força. – Tahu respondeu. Os outros falavam baixo mas todos também concordavam com a ideia.
- Então sim, nós compramo-la.
- Esplêndido! Então venha comigo querida. – Agarrou o braço dela e puxou-a para o jardim. – Eu deixei os papéis no meu carro. Só tem que os assinar, pagar e eu dou-lhes as chaves, está bem?
Gali assentiu e deixou-se levar por ela até ao carro. Mas antes de tirar os papéis da pasta, ela lembrou-se de outra coisa:
- Ia-me esquecendo: se quiserem pintar a casa estão umas tintas debaixo do lava-loiça. É caso quiserem dar uma corzinha à casa, dá jeito às vezes para dar um novo ar.
- Obrigada. – Disse Gali.
O negócio foi feito ali mesmo no carro e em poucos segundos, Gali recebeu as chaves.
- Divirta-se na sua nova casa! – Susana falou num tom fino e rápido, acenando com a mão a tremer outra vez. E assim que a sua cliente voltou para a nova casa com um ar satisfeito, ela respirou de alívio e entrou no carro.
Nunca pensara que ia ter tanta sorte. O dia tinha estado a correr-lhe bem: ia ter um jantar de amigos logo à noite, ia ainda apresentar outras residências a outros clientes e tinham-se livrado daquela casa. E rezou fervorosamente para que fosse a última vez que lá fosse meter os pés…..
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Mensagem por Ignika Dom Mar 09, 2008 7:21 pm

prontx, agora e k kero saber msm a continuaçao da historia. Smile
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Mensagem por Convidad Dom Mar 09, 2008 8:18 pm

Está bem fixe! Muito bem mesmo! Só tenho uma pergunta. Com que nome é que a gali assinou a escritura e com que dinheiro?(Widgets não foram de certeza) scratch

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Mensagem por Le-matoran girl Seg Mar 10, 2008 12:38 am

prontx, agora e k kero saber msm a continuaçao da historia.

Ainda vou demorar um bocado mas está quase! Very Happy

Está bem fixe! Muito bem mesmo! Só tenho uma pergunta. Com que nome é que a gali assinou a escritura e com que dinheiro?(Widgets não foram de certeza)

Obrigada! Smile Bem, todos os Toa arranjaram um nome falso desde o princípio da aventura. O nome que Gali escolheu foi Ângela, mas ela escreveu uma espécie de gatafunho para evitar suspeitas sobre a identidade deles. E quanto ao dinheiro, eles já tinham ganho algum no último sítio que estiveram.
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Mensagem por Le-matoran girl Qui Mar 13, 2008 11:47 pm

Aqui está! Finalmente consegui mais tempo livre para continuar Very Happy Ainda bem que as férias estão a chegar para ter mais tempo!
Espero que gostem Wink



2


Agora que finalmente tinham uma casa, estava na altura de organizar as mudanças para fazer as mudanças. A primeira coisa que decidiram fazer foi escolher os quartos. Lewa disse logo no princípio que queria ficar com o quarto no sótão, Takanuva escolheu o quarto que estava no fim do corredor junto ás escadas e Kopaka ficou no que estava ao lado dele. Pohatu e Onua foram para o mesmo quarto que era muito grande e além disso tinha lá dois camas. Tahu escolheu o que estava a seguir ao deles e Gali com o último que tinham uma cama de casal, já para não falar da bela vista para o rio que ela tinha da janela.
E só a seguir foram buscar lençóis e almofadas e foram preparar os quartos para poderem dormir naquela noite. Tiveram a sorte de encontrar uns cobertores e almofadas nos roupeiros e fizeram uso deles. Mas era um pouco estranho para eles, como já tinham quase de tudo naquela casa como se esta os estivesse a dar as boas-vindas. Aquelas coisas já deviam ter pertencido a outros, mas porque não as teriam levado? Quase ninguém quis saber e continuaram a pôr mãos à obra.
Já era tarde quando tinham posto tudo dentro de casa, incluindo as armas que tiveram todo o cuidado em esconder nos quartos. Gali, que já tinha acabado o seu quarto, decidiu preparar alguma coisa para poderem comer e minutos mais tarde, estavam todos sentados na mesa, esfomeados mas entusiasmados com os seus planos para a mudança.
- Acho que amanhã podíamos pintar a casa. – Sugeriu Gali.
- Talvez um pouco. A cabana ao pé da casa está a perder a cor. – Concordou Onua. – Eu fui lá ver e vi que tinha lá muita lenha para rachar e um machado.
- Óptimo, estou com frio e depois acendíamos a lareira. – Pensou Takanuva. Partiu a sua sandes em duas e deu metade ao Pewku que agradeceu com um abanar de cauda antes de devorar a comida.
- Querem ocupar o dia todo com limpezas e pinturas? – Perguntou Tahu, incrédulo.
- Não podemos fazer mais nada. E depois temos de arranjar um emprego para podermos pagar a comida.
- Ser Toa é o nosso dever.
- Estamos noutro mundo Tahu. Temos de ser subtis e arranjar maneira de sobrevivermos. Até encontrarmos Brutaka, vai ter de ser assim.
Tahu bem que queria revoltar-se contra aquela ideia, mas sabia que ela tinha razão. O que lhe torturava era que tinha saudades de Ta-koro e de estar lá a surfar, a proteger os Ta-matoran. Era lá o seu lar e detestava ter de se esquecer disso por meses, talvez anos, pensando que se calhar eles podiam estar a correr perigo e ele não estava lá. Eles eram fortes, mas sabia-se lá o que poderia vir. Calou-se, tentou esconder o seu olhar derrotado e continuou a comer.

Algo natural quando alguém muda de casa é que no primeiro dia mal se consegue dormir. Apesar de ter sido uma noite relativamente calma apesar de ventosa, algo naquela casa não lhes facilitou o sono. O ambiente novo, a escuridão, as sombras que o luar fazia, a ansiedade pelo dia seguinte….qualquer coisa os impedia e que não sabiam bem o quê.
Naturalmente, eles tinham acordado bem cedo com a pouca vontade de dormir que tinham. Vestiam-se e foram buscar as vassouras, esfregonas e tintas.
- Vamos dividir-nos. – Sugeriu Kopaka.
- Ok. Eu fico com as limpezas. – Disse Onua.
- Eu vou para a cabana. – Voluntariou-se Takanuva.
- Eu vou contigo irmão. – Apoiou Pohatu.
- Então eu fico com a varanda. – Afirmou Lewa, preparado com um balde de tinta e um pincel.
E foi assim sucessivamente até terem as tarefas todas repartidas e foram cada um para o seu lugar. A parte do pó e de lavar tudo estava ser um aborrecimento, mas eles divertiram-se a sério foi com as pinturas. Decidiram-se ficar pela cor branca para as paredes, vermelho para persianas, verde para a porta da entrada e aproveitaram o verniz para a cabana e para a varanda. Muitos sujaram-se a pintar, incluindo Kopaka que graças a um pequeno acidente ficou com uns pontos vermelhos na cara que mais parecia ter sarampo. Felizmente Pohatu tinha um pano à mão e conseguiu limpar aquilo tudo.
Quando era por volta do meio-dia, ainda faltava pintar parte da casa e o telhado ainda precisava de ser arranjado. Gali, que tinha saído a uns minutos atrás, tinha regressado a casa com uns sacos cheios de comida e outras coisas. Ela ficou tão maravilhada com o resultado que parou uns segundos para a admirar. Se no início ela parecia boa, então agora estava um espanto e cheia de alegria.
Foi logo recebida por eles assim que chegou a casa, e ela não conteve as gargalhadas ao vê-los tão coloridos e sujos.
- É melhor se lavarem. Eu trato do almoço. – Disse ela indo para a cozinha ainda a rir-se.

Decidiram almoçar no quintal para admirarem o que tinham conseguido fazer durante a manhã e para aproveitar o sol que se fazia naquele dia. Tinha estado muito frio ultimamente. Além disso, aproveitaram aquele descanso para conversar:
- Esta noite foi muito estranha. Acho que ainda não estou habituada. – Disse Gali.
- Nem nós. – Acrescentou Onua.
- Pois para mim foi uma noite agitada. – Resmungou Tahu só de pensar nisso.
- Que aconteceu? – Perguntou Takanuva.
- Saltou-me uma mola. – Por breves segundos houve um silêncio quebrado por Lewa que se pôs a rir. Um olhar de sério do Tahu fê-lo acalmar-se das gargalhadas.
- Eu posso dar-te a minha. – Disse Lewa. – Eu vou fazer uma cama de rede, tal como em Le-koro.
- Bom, ainda bem que a casa é nova senão aposto que caías a meio da noite. – Gozou Pohatu, com um riso que contagiou todos.
- Pois, pois. Às vezes calhava bem era dormir como tu.
- Porquê?
- Ora, de certeza que tu dormes como uma pedra! – As risadas tinham voltado outra vez.

Uns minutos mais tarde, voltaram ao trabalho, todos juntos para terminar o resto das tarefas. Pelo que já tinham feito só precisavam de mais umas horas e ainda podiam descansar o resto do dia, tinham a certeza.
Mas um certo Toa do ar quis fazer uma pausa sem que ninguém reparasse. Deixou o pincel de lado e foi ter com o Pohatu que estava a deitar fora o lixo que estava dentro da cabana.
- Que queres Lewa? – Perguntou Pohatu.
- Tive uma ideia. – Disse ele com uma expressão marota no rosto. – Agarra nesse balde e anda, correr-rápido.
A princípio os outros não percebiam o que queriam eles fazer, mas voltaram às pinturas e não lhes ligaram nenhuma. Pena para Gali, levou com um balde cheio de água fria pela cabeça abaixo! Todos, incluindo ela, se riram da partida, mas Gali ainda foi atrás deles e usou os seus poderes para pagar-lhes na mesma moeda.
Do cimo do telhado, Tahu simplesmente acenou a cabeça como um gesto de impaciência e divertimento.
- Eles nunca aprendem….
No meio da brincadeira e das gargalhadas, Onua reparou de repente que alguém estava a espreitá-los por detrás da cerca. Ele ficou logo aflito; quem quer que fosse podia ver o que estava a acontecer e suspeitar deles. Sem penar duas vezes foi ter com a pessoa para tentar disfarçar e esconder os seus irmãos.
Tratava-se apenas de uma velha, mas parecia muito estranha. Vestida completamente de preto, um xaile roxo a cobrir-lhe os ombros descaídos, as mãos geladas e enrugadas apoiavam-se firmemente na velha bengala enquanto que a cabeça se erguia para a casa vista para além das árvores e arbustos.
O cabelo, longo e quase branco excepto uns quantos fios preto, estava preso por um elástico, mostrando as faces um pouco enrugadas e pálidas que faziam destacar os olhos brilhantes e assustados ao olhar para as cores da casa como se de uma desgraça se tratasse.
- Boa tarde. – Cumprimentou Onua, estranhando a forma como olhava a casa. A mulher olhou para ele e assustou-se, pondo uma mão sobre o coração sobressaltado. Pelos vistos não tinha reparado que ele estava ali já a uns segundos ao pé dela. Isso ainda fez ficar mais desconfiado da atitude dela.
- Oh não, não. – Disse rapidamente a mulher com uma voz fraca. E voltou a olhar para a casa outra vez. – Estava só a passear e reparei que a casa estava a ser pintada.
- Pois, estivemos a trabalhar nela o dia todo.
- Mas não entendo. Porque é alguém haveria de pintar esta casa? – Um pensamento pareceu chocá-la. – E-está alguém a viver aqui?
- Sim, eu mais os meus irmãos senhora.
Mais assustada ela ficou, de tal maneira que se afastou dele em passo lento, com uma mão sobre a boca e os olhos arregalados com pavor. Até parecia que tinha visto um fantasma.
- Está tudo bem?
A mulher nem sequer respondeu e continuou a sua caminhada o mais depressa que podia, sem sequer olhar para trás.
- Que é que lhe deu? – Perguntou-se confuso. Mas ela já ia longe, e como não havia mais problemas para cobrir, encolheu os ombros e voltou para ao pé deles. - Que a terá assustado?

Quando voltou para o quintal, estavam quase todos a rir-se alto, especialmente Gali que olhava vitoriosamente para Pohatu e Lewa que tinham caído há pouco, todos encharcados e a rir-se também com eles. Onua respirou de alívio, já tinha acabado.
- Pronto, pronto, ganhaste irmã. – Declarou Lewa, levantando-se e quase caindo para trás. Gali limitou-se a dar-lhes um sorriso e ajudou-os a levantar-se.
- Ao menos aprenderam a lição. – Disse ela no fim.
- Onua, onde estiveste? – Perguntou Pohatu, levantando-se lentamente.
- Ao pé da cerca. Estava lá uma mulher. – Respondeu Onua. Gali ficou assustada de repente:
- Ela viu-nos?
- Não, eu cobri-vos. Fiquem descansados.
- Obrigada. – Ela respirou de alívio, sentindo-se envergonhada por ter usado os seus poderes daquela maneira. Ia a pedir-lhe desculpa mas algo na expressão de Onua parecia confuso. E até Kopaka e Pohatu tinham reparado. – Que aconteceu?
- Uma coisa muito estranha.

O céu escureceu e começou a ficar mais frio, com o vento a sacudir tudo por onde passava. Os Toa agarraram nas coisas com uma grande satisfação em ter terminado o trabalho finalmente e foram para dentro para se abrigarem. Estavam um bocado cansados e decidiram sentar-se na sala depois de arrumar as coisas. Onua lembrou-se ainda de trazer alguma lenha rachada e meteu-a na lareira, onde o Tahu ateou lume. Pouco a pouco a sala começou a aquecer; Lewa, Tahu, Onua e Pohatu sentaram-se no grande sofá a aquecer-se, Gali sentou-se numa cadeira para ler um bocado e Kopaka sentou-se mas um pouco afastado do fogo. Takanuva também foi buscar uma cadeira e ficou ao pé do fogo, enquanto que a Pewku ficou em frente da lareira, quase a adormecer com o calor reconfortante.
Mais enquanto que o calor os absorvia e a lenha crepitava dentro da lareira, ainda continuavam sem perceber o que queria àquela mulher que Onua tinha encontrado. Sem dúvida que a história da velha os tinha intrigado; não faziam ideia de como alguém poderia ficar assustado daquela maneira só porque alguém vivia ali. Talvez a mulher fosse mesmo maluca ou ela sabia de alguma que eles não sabiam, algo estranho. Seja o que fosse eles estavam curiosos em saber.
- Podíamos investigar na vila aqui ao pé quando formos procurar emprego. – Pensou Gali sem tirar os olhos do livro.
- Hmm, tens razão. Talvez eles saibam mais sobre aquela mulher. – Disse Pohatu.
- Ainda gostaria de saber o que a assustou. – Disse Onua, ainda incrédulo com o tinha acontecido.
- Eu não sei o que é assustador nesta casa. – Disse Lewa. – Gosto de estar aqui. Não tão bom como Le-koro mas bom.
- Pois, serve até regressarmos. – Disse Tahu.
- Mas é estranho. – Disse Kopaka após breves segundos. – Parece que foi tudo fácil, até o preço e as coisas. Tudo disponível.
- Que queres dizer? – Perguntou Takanuva.
- Que foi demasiado simples para ser sorte.
- Espera, então achas que….. – Uma tontura cortou-lhe a palavra e teve de se agarrar para conseguir aguentar-se. O seu estado, quase febril, alarmou os outros Toa que se aproximaram, incluindo Pewku.
- Que se passa? – Perguntou Lewa, pondo uma mão sobre o ombro dele.
- Estás bem? – Perguntou Tahu, preocupado. Ele não tinha respondido, tentando controlar-se, até que finalmente conseguiu levantar a cabeça.
- Ah, sim, estou. – Disse ele, mostrando um sorriso fraco. – Fiquei um pouco tonto, mais nada.
- Deves estar exausto. – Disse Gali.
- Sim, tens razão. Eu vou dormir. – Levantou-se da cadeira e deixou-os, com Pewku a segui-lo pelas escadas acima. Estranhamente, em vez de sonolenta, Pewku parecia estar um bocado desconfortável por alguma razão. Só quando foi para o quarto dormir é que ficou mais descansada, embrulhada entre os cobertores quentes. A má sensação tinha ido embora.

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Mensagem por Ignika Sex Mar 14, 2008 12:38 am

esta optima a continuação, e intrigou m akilo da 'velha'.. estou anciosa pelo capitulo 3! belo trabalho!
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Mensagem por Convidad Sex Mar 14, 2008 12:52 am

O segundo capítulo está bastante bem tal vomo o outro. Sempre quero descobrir que raio de problema vais arranjar para a casa... scratch

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Uma casa "quase"perfeita Empty Re: Uma casa "quase" perfeita

Mensagem por Guiler Sex Mar 14, 2008 9:41 pm

Estes dois capítulos estão bem feitos e também interessantes. Bom trabalho. Espero pelo capítulo três, quero saber o que vai acontecer com os toa nuva nesta casa.
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Mensagem por Le-matoran girl Sáb Mar 15, 2008 7:08 pm

Bem, o que posso dizer é que no 3º capítulo vai-se saber mais sobre a velha e a casa onde eles estão a morar Wink E é melhor não dizer mais nada senão perde a graça.
E muito obrigada Very Happy
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Mensagem por Le-matoran girl Qui Abr 10, 2008 10:08 pm

Ufa, finalmente consegui. Desculpem o tempo que estive fora mas estive sem internet durante duas semanas. Tudo por causa de uma chatice. Estou quase a acabar o 4ª, mas aqui está este! Very Happy


3


Nos dias que seguiram os Toa decidiram visitar a vila e procurar um emprego para continuarem a poder pagar o que precisavam. Para alguns não foi difícil, foi o caso do Pohatu e da Gali. Ela conseguiu um simples emprego numa papelaria enquanto que ele teve muita sorte: conseguiu ser ajudante de um treinador da equipa de futebol da vila. E visto não ser um desporto diferente do Kolhii, ele esteve à vontade para dar conselhos e ajudar.
Depois deles, os outros também têm conseguido. Tahu, apesar de a princípio não ter gostado, foi uma pequena fábrica de vidro; com a sua habilidade sobre o fogo as coisas corriam-lhe e tinha algum jeito. Apenas ficaram Kopaka, Lewa, Takanuva e Onua ficaram ainda à procura. E enquanto isso, tomavam conta da casa.
Onua eram quem se esforçava a mais para tentar conseguir um. Ficava a ler anúncios quando podia e depois saía para vila a ver se tinha sorte. Mas sem sucesso. E quando havia, era um em que ele não tinha muitas capacidades. Kopaka também tentava mas ficava sempre na companhia dos livros.
- Sabes, tu podias trabalhar numa biblioteca. – Sugeriu Onua, quando chegou a casa de outra tentativa. Encontrei Kopaka no sofá e Takanuva sentado na varanda a brincar à bola com Pewku.
- Talvez. – Pensou Kopaka. Até que gostava da ideia. – E o Takanuva?
- Ele tem jeito com a Pewku.
- Eu? A trabalhar com mais rahi? – Perguntou Takanuva, muito espantado com a proposta. - A Pewku já me dá trabalho. Mais não, obrigada.
Nesse momento, Lewa tinha acabado de chegar a casa com um grande sorriso na cara.
- Íamos quase esquecer-nos de ti Lewa. Que emprego gostarias de arranjar? – Perguntou Takanuva.
- Não sei. – Lewa encolheu os ombros. – Um que possa vento-voar.
- Porque é que estás com essa cara? – Perguntou Onua.
- Desde ontem que conheci uma rapariga-amiga.
- Isso é bom. – Comentou Takanuva.
- Sim, mas ela é estranha.
- Porquê?
- Ela conhece a nossa casa, diz que viveu nela.
- O que a fez mudar-se? – Perguntou Kopaka, subitamente interessado.
- Ela não disso, não quis falar.
- É realmente estranha. – Disse Onua. De repente lembrou-se da velha. Também ela se referiu à casa de uma maneira estranha. Será que a rapariga também sabia alguma coisa?
- Só disse que eram problemas pessoais, mais nada.
Takanuva calou-se e recebeu a bola que Pewku lhe deu, muito alegre como sempre. Aquela tontura de ontem à noite também não lhe parecia normal, nunca tinha tido alguma. A casa tinha algo de estranho para ele, e talvez era isso que o estava a incomodar. Ficou nervoso só de pensar nisso e levantou-se de repente para ir buscar o casaco, surpreendendo todos.
- Vou levar a Pewku a passear. Anda Pewku! – Disse ele, saindo de casa com a Pewku atrás dele, contentíssima por ir dar um passeio.
- Que é que lhe deu? – Perguntou Onua.
- Deixa-o. O ar fresco faz bem! – Disse Lewa, quase voando para o sofá, sentando-se descontraidamente.
Takanuva caminhou pensativo, enquanto Pewku saltitava entre as folhas douradas do Outono que continuavam a cair sem parar. Era quase tão lindo; uma chuva de luz que o animava um pouco. Esboçou um pequeno sorriso. Talvez ele estivesse a imaginar coisas. Aquele sítio era muito agradável. Mais frio do que estava habituado, mas gostava. Gostava da casa, todos os seus irmãos gostavam.
Aquele passeio estava a saber-lhe muito bem e até lhe apetecia correr atrás da sua fiel amiga. O sol acompanhou a sua luz, e a luz iluminou ainda mais as folha douradas. Eram agora pareciam ouro, ouro leve naquele chão de alcatrão.

Kopaka acabou por seguir a sugestão de Onua e arranjou um emprego na biblioteca pública. Ele tinha simplesmente de tratar de organizar livros e arquivos e ainda ajudar as pessoas no que precisem, nada de complicado. E pelo que disseram, pagavam bem.
Até que lhe agradou muito estar ali. O silêncio era palavra de ordem lá dentro e ele apreciava muito a paz e a concentração das pessoas que lá vinham colher o conhecimento. Fazia-lhe lembrar Ko-koro em vários aspectos, os templos em que os Ko-matoran se recolhiam para a meditação. Ele, no fundo, tinha tantas saudades como os outros tinham de Mata Nui e estava disposto a tudo para voltar o mais depressa possível. Ele ainda não tinha esquecido de quem andavam a procura.
“Talvez ele está nesta vila”, reflectiu ele enquanto arrumava uma caixa na sala de arrumações. “Falta ainda muito tempo para sair daqui.” Seja como for, decidiu ali mesmo que ia tentar encontrá-lo.

As coisas também corriam bem para Gali na papelaria. O que ela tinha de fazer era bem simples e ajudava a arrumar as novas encomendas e a servir os clientes com simpatia. Tinha rapidamente ganho a confiança das colegas, suas amigas, e dos clientes mais frequentes.
Naquele dia, quarta-feira, as coisas andavam um bocado mais lentas: muitos poucos vinham comprar alguma coisa e a maior parte do tempo ficavam ali sem fazer nada.
Portanto sentaram-se por detrás do balcão e ficaram a conversar enquanto esperavam por alguém.
- …e levantou-se do lugar dele, foi ter comigo e perguntou se podia oferecer-me uma bebida. – Cochichou Marisa, enquanto limava as unhas. Clarissa ao pé dela estava espantada com o que a amiga lhe tinha contado, rindo-se como uma jovem colegial; Gali não ficou muito espantada, Marisa era muito namoradeira e atrevida, uma mulher extrovertida que gostava de se divertir.– Já viram a lata dele?
- E tu que lhe disseste? – Perguntou Clarissa.
- Disse-lhe: “Queres pagar-me uma bebida ou queres é sair comigo?” – Clarissa guinchou com entusiasmo e riu-se com a amiga.
E a história dela seguia com grandes sorrisos e olhares marotos que ambas partilhavam. Gali continuava a ouvi-las, lançando de vez em quando um olhar para a porta como se esperasse que alguém entrasse a qualquer momento. E os seus olhares não escaparam às duas raparigas.
- Então Ângela, achas que devia ir em frente? – Perguntou a Marisa. Como não obteve resposta, olhou para ela um pouco chateada. – Ângela!
Gali parecia que tinha acordado de repente; ainda não estava habituada ao seu nome falso, e ficou surpresa por ver Marisa com um ar zangado.
- Tu ouviste o que estava a dizer? _ Perguntou ela.
- Claro que ouvi. – Disse Gali.
- Então?
- Devias era de ter cuidado se não o conheces.
- Isso não é problema. – Marisa piscou-lhe o olho, já mais calma. – Com um encontro eu vou saber tudo.
- Ahaha, és sempre a mesma coisa. – Riu-se Clarissa com um grande sorriso. Mas depois virou-se para Gali, curiosa. – Porque é que estás quase sempre a olhar para a porta? Estás a espera que apareçam clientes?
- Ou então não são clientes. – Insinuou Marisa com um olhar malandro. – Estás à espera de alguém.
- Não, não, não. É que…
O sino ao pé da porta tocou e entrou uma senhora. Gali ficou aliviada por ela ter chegado. “Mesmo a tempo.”, pensou ela. A velha que tinha entrado parecia muito tímida a princípio, mas deu um nó no seu xaile roxo e continuou a andar para as três jovens. Gali não compreendeu as reacções das suas amigas: Marisa tinha-se virado de costas para velha e fez de conta que estava ocupada enquanto que Clarissa parecia um pouco assustada com ela, mas mostrou um sorriso forçado enquanto ela se aproximava.
Aquela espécie de representação mal preparada não tinha passado despercebida pela velha senhora e pela Gali, que não percebia como elas tinham mudado de postura tão rapidamente.
- Bom dia senhora. – Cumprimentou Clarissa com um tom mais educado que alegre. – Que deseja?
- Bom dia, as meninas vendem rebuçados de mentol? – Perguntou a mulher com um olhar desconfiado sobre a rapariga. Provavelmente as reacções delas não lhe tinham passado despercebidas.
- Ah, eu vou ver as entregas….
- Não, não temos! – Respondeu Marisa bruscamente, com um olhar tão zangado que fez a mulher recuar dois passos para trás. – Estão esgotados. Vá procurar noutro lugar.
- Marisa… – Clarissa estava tão envergonhada, agarrada ao braço da amiga para a tentar acalmar e a velha parecia um bocadinho magoada que meteu pena a Gali.
- Peço desculpa pelo incómodo. – Desculpou-se com uma vénia ligeira. – Vou procurar noutro sítio.
- Senhora…. – Chamou Gali, chamando a atenção dela. – Ouvi dizer que o café ao lado está a vender também desses rebuçados. E acho que não são muito caros.
A mulher sorria o tempo todo que ela estava a falar, depois acenou com a cabeça.
- Obrigada querida. Vou seguir o teu conselho. Uma boa tarde para as meninas. – Disse antes de sair da porta.
- Grunffff, por é que ela tinha de vir aqui? – Disse Marisa, sem paciência.
- Que vergonha Marisa. – Disse Clarissa ainda a corar. – Se o patrão sabe o que tu fizeste….
- Eu não quero saber! Detesto aquela mulher!
- Porquê Marisa? Porque é que foste tão mal-educada? – Perguntou Gali. Marisa olhou para ela como se estivesse a olhar para uma coisa esquisita que não conseguia compreender. Depois suspirou, mais calma, e sentou-se no balcão.
- Tu és nova por aqui, não sabes o que se passa nesta vila. – Disse ela.
- Então digam-me, quero saber o que aquela mulher tem de mal.
- Diz-lhe Marisa. – Pediu Clarissa, sentando-se na cadeira e cruzando as pernas.
- Ok, ok, eu digo. – E virou-se para Gali com um olhar tão sério que nem parecia ela. - Vou ser breve: aquela mulher é uma bruxa, uma louca. Vive na floresta aqui ao pé, completamente isolada. Ninguém sabe o que ela faz lá mas há sempre rumores.
- Rumores?
- Rituais, artes negras….bruxaria, estás a ver? – Gali assentiu. – E quando vem cá nunca fala. Às vezes traz uma cesta de cogumelos ou uma coisa assim. É bem esquisito.
- Mas esses rumores são verdade?
- Ninguém sabe, mas tenho a certeza que sim. Ela tem cara de bruxa. Já para não falar que às vezes anda a dizer parvoíces e a assustar as pessoas ao “ler as sinas”… – Disse com cepticismo na voz. -… das pessoas que passam na rua.
- E além disso… - Continuou Clarissa. -…ela está sempre a vigiar a casa ao pé do rio. A casa onde tu estás a viver com os teus irmãos.
A notícia agitou Gali com força. Seria aquela velha a mesma que Onua tinha visto a umas semanas atrás, que tinha ficado assustada quando soube que eles estavam a viver lá? Elas deviam saber mais dela, de certeza. E ela estava curiosa por saber:
- Porquê a nossa casa? Vocês sabem alguma coisa? – Marisa acenou negativamente mas Clarissa acenou com força.
- Os meus pais contaram-me há muitos anos, mas eles não explicaram lá muito bem. Só disseram que fizeram lá um casamento e que foi uma festa memorável. Mas não disseram mais nada.
- Hmmm, agora que dizes isso… - pensou Marisa. – Achas que foi o casamento dela?
- Ou de um parente. Uma irmã ou um irmão.
- Pfff, duvido. Nunca ninguém me disse que ela tinha família. Dizem que ela está sozinha há muito tempo. Se calhar é por isso que não bate bem da cabeça.
Não era muita informação mas foi o suficiente para incutir curiosidade nela; ela queria saber mais sobre casa, sobre aquela mulher misteriosa a quem chamavam bruxa. Seriam verdade os rumores?
- Olha, um cliente! – Exclamou Clarissa, pondo-se de pé. Marisa saltou do balcão e as três cumprimentaram o homem com um sorriso.
As perguntas ia ter que esperar……


Outra tentativa tinha ido pelo cano abaixo. “Não estou com muita sorte”, pensou Onua enquanto se encaminhava de volta a casa, o sol a atingir-lhe os olhos como uma comichão irritante. Vontade de trabalhar não lhe faltava, mas pelos vistos para os outros não chegava… Tinha de se manter positivo, tinha de continuar a tentar. Estava com certeza que haveria de conseguir em breve.
-Onua, espera! – Chamou Lewa a atravessar a estrada para ir ter com ele. – Sonhar acordado irmão?
- Ah, talvez. Desculpa não ter ouvido Le…, er, irmão. – Foi por pouco que tinha dito o nome dele.
- Não é preciso, não estamos na vila.
- Mas temos de ter cuidado na mesma. Vais para casa? – Recomeçou a caminhar com Lewa a andar ao seu lado. Reparou que ele parecia mais habituado, já não tropeçava ou se desequilibrava quando andava.
- Sim, fui visitar Amélia.
- Amélia?
- A minha amiga. Vive na floresta, em terra lisa.
- Na floresta? Sozinha?
- Não, a irmã dela vive ao pé. E tu? A procurar emprego.
- Pois, e até agora nada. Mas ainda vou encontrar um que seja bom. – Olhou para Lewa e por uns segundos reparou que ele estava muito pálido. – Que é que tens? Nunca te vi assim.
Lewa encolheu os olhos.
- Não faço ideia, mas estou bem.
- Devias tratar disso. – Abriu o portão de casa e entrou, seguido por Lewa. - Não tarda pareces como o Kopaka.
- Não te preocupes. Estou tão bem como o Takanuva.
- Falando nele, onde é que ele está?
Puummm! Ouviu-se um grande tombo vindo da sala e Pewku começou a ganir muito alto, enquanto que batia com as patas na porta para a varanda, eufórico e em pânico, a tentar chegar aos dois Toa.
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Mensagem por Ignika Qui Abr 10, 2008 10:42 pm

nao tens que te desculpar por nao puderes estar presente. Wink
ah, e este capitulo esta bem fixe! consegues fazer com que os capitulos acabem em aberto! isso da lhe um acabamento expetacular. Surprised
e estou ansiosa para ler o nº4.
e por mim (penso que seja assim) axo que a velha e a rapariga que Lewa conheceu estejam 'ligados' entre si. Suspect
e esta muito bem feito. Smile
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Mensagem por Le-matoran girl Sex Abr 11, 2008 8:57 pm

É só para a visar que como este capítulo é grande vou ter que dividi-lo em duas partes Smile
Aqui vai!! Wink

4 - parte 1


Foi exactamente 4 segundos que os dois demoraram a chegar a sala, onde viram Takanuva estendido no chão, completamente inconsciente. Pewku lambia-lhe a face mas ele nem reagia sequer ao seu ganir. Onua tinha várias perguntas na cabeça, tal como Lewa, mas pôs-se em acção e levantou-o do chão.
- Traz uma tigela com água e um pano ao quarto dele. – Pediu Onua. Lewa continuava a olhar para o amigo, muito preocupado. – Lewa, rápido! – E foi como se ele tivesse acordado.
- Vou num voo!

Pouco a pouco, Takanuva abriu os olhos, sentindo ainda a cabeça a andar a roda. Por falar em cabeça, porque é que sentia a testa molhada e gelada? E não percebia como é que tinha ido parar à cama, com Pewku ao pé dele com uma expressão muito triste.
- Bem-vindo. – Ele assustou-se por ouvir Onua ao seu lado. Lewa estava à entrada da porta, mostrando um sorriso de alívio enquanto acenava de uma forma que o fez rir um bocado. – Sentes-te melhor?
- Ainda me dói a cabeça. – Queixou-se ele com um ar mais positivo que lamurioso.
- Pudera, com a queda que tu deste!
- Que aconteceu? – Perguntou Lewa.
- Não sei. – Takanuva encolheu os ombros. – Entrei na sala, olhei para o quintal e quando vi alguém comecei a ficar tonto.
- Alguém?
- Deve ter sido nós. – Disse Onua.
- Não, não pareciam vocês. – Replicou Takanuva. – Era alguém baixo, quase como um Turaga e parecia usar uma bengala ou outra coisa.
- Não estou a perceber a relação entre essa pessoa e a tua dor de cabeça.
- Eu também não….
Onua mirou-o um bocadinho e parecia hesitante sobre alguma coisa, quase incomodado com o que seja que fosse que ele estivesse a pensar. Pewku aproveitou o momento para saltar-lhe em cima e animá-lo um bocadinho, o que resultava a maior parte das vezes.
- Acho melhor descansares um bocadinho. – Disse Onua, levantando-se da cadeira.
- Mas eu já estou melhor. – Disse Takanuva.
- Talvez, mas é melhor prevenir que remediar. Descansa um bocado ao menos.
Takanuva anuiu e deixou-se ficar.
- Faz-lhe companhia Pewku. – Disse Lewa ao pequeno animal, piscando-lhe o olho. Ela percebeu logo e voltou para ao pé dele, enroscando-se como uma bola de pêlo e a latir para ele. Takanuva sorriu e afagou-a, pelo que Pewku retribuiu, abanando a cauda.
Onua e Lewa saíram rapidamente do quarto sem que fossem notados e foram apara a cozinha, mais aliviados depois daquela confusão.
- Ele assustou-nos a sério, ah? – Perguntou Lewa, arrastando uma cadeira para si. Onua respondeu com um aceno de cabeça.
- Quando os outros chegarem nem sei como vamos explicar isto. – Disse ele.
- Explicando-se irmão.
- Dizes por dizer. Porque é que achas que ele desmaiou de repente?
- Quebra de tensão? – Ambos sabiam que era muito improvável.
Enquanto que divagam lá em baixo por uma explicação para a causa, Takanuva tentava adormecer e esquecer o que visto quando tinha desmaiado. Mas era tudo tão real, demasiado real e estranho para ser só um sonho, e tornava-se difícil tirar essas imagens da sua cabeça.

- Desmaiou?! Quando é que isso aconteceu? – Perguntou Tahu, surpreso com as estranhas notícias. Ele mais os outros Toa que tinham chegado mais tarde seguiram Lewa e Onua até ao quarto de Takanuva, todos muito preocupados com o que tinham ouvido.
- A meio da tarde, quando chegamos a casa. – Disse Lewa. Onua abriu devagarinho a porta do quarto dele e espreitaram-no; Pewku adormecera ao lado de Takanuva mas ele parecia agitado enquanto dormia, gemendo baixinho e mexendo a cabeça de um lado para o outro de vez em quando.
- A pancada deve ter sido forte. – Comentou Kopaka sem a habitual frieza nas suas palavras.
- Não vamos incomodá-lo. Acho que ele precisa de descanso. – Aconselhou Gali.
- Tens razão. Vamos. – Disse Tahu. – Amanhã ele vai ficar melhor.
Voltaram a fechar a porta e deixaram-no em paz o resto do dia. O resto do dia ele não saiu do quarto, e os gemidos foram desvanecendo à medida que adormecia profundamente. Um sono sem sonhos que o acalmou finalmente.

No dia seguinte, quando todos acordaram de manhã, viram que Takanuva já estava na cozinha à procura de uns cereais no armário.
- Bom dia. – Disse ele, com um ar mais bem-disposto.
- Como te estás a sentir? – Perguntou Gali.
- Melhor, obrigada.
- Nota-se. – Disse Pohatu trazendo copos e tigelas para a mesa. – Estás com melhor aspecto que ontem.
Como de costume, cada um preparou o seu pequeno-almoço e sentaram-se todos à mesa, sossegados; O susto do dia anterior parecia não ter acontecido, como se fosse apenas uma brincadeira estranha das suas mentes. Estavam todos com boa cara, até Pewku, e prontos para o dia como sempre.
- Ah, esqueci-me. – Onua interrompeu o pequeno-almoço e foi buscar um folheto ao casaco. – Quando eu estava à procura deram-me isto. É sobre uma festa na vila à tarde.
- Boa! Cá vou eu! – Disse Lewa. - Quem alinha?
- Eu vou. – Disse Takanuva.
- Junto-me a vocês. – Disse Onua.
- Eu depois vou ter com vocês. – Disse Pohatu. - A equipa de futebol que estou a treinar vai jogar nessa festa, às 16:45.
- Eu não posso. Vou ter de trabalhar. – Disse Tahu.
- Nem eu. – Adiantou Kopaka. Nem todos ficaram admirados com a resposta. – Tenho de ficar na biblioteca o dia todo.
- E tu Gali? – Perguntou Lewa.
- Eu só consigo sair às seis. – Disse Gali. - Podiam ir ter comigo à entrada?
- Ok. – Disse Onua.
- Combinado. – Disse Takanuva.
- Tenho de ir. – Disse Kopaka, levantando-se da mesa. – Adeus.
- Até logo. – Disse Tahu de seguida.
- Esperem. – Gali pôs o seu prato no lava-loiça, vestiu o casaco à pressa e correu para fora de casa.
- Um bom dia irmãos. - Disse Pohatu desaparecendo num ápice.
Em poucos segundos a casa ficou muito silenciosa com os 4 dentro de casa. E com eles, havia um monte de louça suja para lavar.
- Vai tu. – Disparou Lewa rapidamente.
- Porquê? – Perguntou Takanuva.
- Porque ontem fui eu.
- Não, fui eu que lavei.
- Esperem. – Disse Onua, impaciente, e foi buscar uma moeda. – Cara ou coroa?
- Cara. – Escolheu Takanuva.
- Coroa. – Disse Lewa de seguida. E a moeda foi ao ar, acompanhada pelos olhares de todos até da Pewku que achou engraçado atirarem uma moedinha assim. Caiu na palma da mão do Onua e todos se inclinaram para ver.
- Coroa. – Disse ele.
- Pode ser a melhor de três? – Perguntou Lewa, não muito contente com o resultado.
- Nem pensar. Calhou-te a ti.
- Ele tem razão. – Disse Onua, pondo a moeda no bolso. – Boa sorte.
Apesar de constrangido, até que foi bem rápido a tratar da louça, mesmo sem as máscaras. Já não se sentia tão ridículo ou desastrado a limpar os pratos, e graças ao seu elemento secava tudo num instante, mesmo a tempo de arrumar tudo como deve ser e encontrar Onua e Takanuva prestes a sair.
- Já acabaste? – Perguntou Takanuva, espantado.
- Onde vão? – Perguntou Lewa.
- À vila. Vem connosco?
Ele nem respondeu. Fechou a porta e quase que voou até ao pé deles. Era perigoso usar os seus poderes ali, mas ele precisava de ter outra vez aquele sentimento que lhe dava sempre quando voava. E apesar das advertências deles, ele fê-lo, apenas por uns segundos. Para ele era suficiente para se lembrar de como era tão bom voar e sentir-se livre outra vez.
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Uma casa "quase"perfeita Empty Re:Uma casa "quase" perfeita

Mensagem por Le-matoran girl Sex Abr 11, 2008 8:58 pm

4 - parte 2


Onua deixou os dois assim que chegaram para ir comprar umas coisas a uma loja. Com o tempo livre que tinha aproveitou para ajudar com a lista de compras. E eles também tinham os seus planos: Takanuva acompanhou Lewa que foi visitar a Amélia, que acenava do outro lado da rua. Era sem dúvida muito bonita, com o cabelo ruivo preso por um rabo-de-cavalo que era quase incapaz de domar os caracóis brilhantes. E apesar da expressão grave nos olhos pretos, ela mostrava uma grande alegria por ver o amigo.
- Olá Dinarte, como vais? – Perguntou Amélia.
- Bom, e tu?
- Óptima, vim passear com a minha irmã. E tu? – Olhou para Takanuva e esboçou um sorriso que o confundiu. – Também vieste passear com um dos teus irmãos?
- Sim, é o Miguel.
- Olá. – E apertou a mão do Takanuva de uma maneira avivada. – Sou a Amélia. Que cão tão querido, como é que se chama?
Ia a dar-lhe uma festa, quando Pewku decidiu rebelar-se da mão dela e afastou-se agressivamente, assustando Amélia, Takanuva e Lewa.
- Não tenhas medo Pewku. – Disse Takanuva acalmando-a com uma festas na cabeça. – É boa pessoa.
- Oh, deve ser normal, tenho gatos em casa. Devo ter o cheiro deles nas minhas mãos. – Desculpou-se Amélia.
- Ela não costuma detestar gatos. Que é tens?
De repente, ao ver Amélia aproximar-se, ela fugiu das mãos dele e fugiu.
- Oh não! Eu já volto. – Disse Takanuva, correndo atrás dela.
- Correr-rápido, antes de perigo! – Avisou Lewa. Atrás dele, Amélia começou a rir-se. – Que é engraçado?
- Desculpa, mas é só a maneira como falas. É tão engraçado. – Disse Amélia.
- É a língua da minha aldeia.
- Gostaria de aprender a falar assim. – Olhou por uns segundos para a esquina onde Takanuva e Pewku tinham desaparecido. – Só espero que ele consiga apanhá-la, eu não quis fazer mal nenhum.
- Ele sabe. E Pewku é amiga dele, vai voltar. Só temos de esperar.
- Ok. – Encostou-se a uma parede e sorriu-lhe. – Ensinavas-me a falar um bocadinho como tu enquanto eles não vêm?

Os dias passados naquele lugar pareciam mudá-los, quase da mesma forma que eles tinham mudado o mundo em seu redor. Algo a que eles se acostumaram foi a reunião ao jantar: todos estavam juntos para ir comer e conversar; a partir daí podiam ser eles mesmos e rir-se das coisas bizarras por que passavam.
Gali gostava muito dessa tradição. As mudanças para ela era bem mais difíceis do que parecia e era um alívio aqueles momentos de paz. Nesses momentos ela não era Ângela, apenas Gali, a Toa da água e podia ser livre para ser quem ela era de verdade.
- Olá. – Cumprimentou Kopaka ao entrar na cozinha.
- Olá Kopaka. – Disse Gali, enquanto mexia o esparguete. “Já estão todos cá”, pensou Gali com um sorriso. – Vieste muito tarde.
- Eles estão a prolongar as horas.
- Está bem. – Ele ia a sair, mas ela ainda queria pedir-lhe uma coisa. - Podias chamar o Pohatu? É a vez de ele pôr a mesa.
- Sim...volto já – E saiu da cozinha em silêncio.
Ela riu um bocado enquanto cozinhava. Kopaka de certeza não estava habituado a estar a viver com mais pessoas ao pé dele. Sempre sozinho a andar por Ko-koro e no monte Ihu…. Ainda se lembrava como essa atitude a punha desconfortável, acreditando que a força estava na união. Ele era sempre alguém misterioso para ela com a atitude solitária e fria. Ela notava que ele tinha dificuldades em viver assim quase sem o seu espaço pessoal a que estava tão habituado, mas esforçava-se.
Notou que Pohatu tinha entrado e cumprimentou antes de o deixar fazer a sua tarefa e ela continuar a sua. Ela não se tinha de preocupar com ele, ele não tinha problemas nenhuns em conviver com os outros Toa e dava-se muito bem com eles, como sempre.
O jantar estava quase feito. Ainda se espantava como era capaz de usar aquelas engenhocas como fogões, rádio e até máquinas registradoras sem ter medo de estragar alguma coisa. Ajudava-o muito a sentir-se à vontade quando pensava que ia ser um desastre e cometer uma grande asneira.
E para além disso começou-se a habituar a cozinhar para os outros, sempre com um livro de culinária ao lado para ajudar de vez em quando nas partes mais complicadas. Não se importava de o fazer, havia algo de relaxante em preparar aqueles cozinhados estranhos. Os vapores e os cheiros faziam-na sentir-se mais descansada. Já para não dizer que os outros ou não gostavam ou não tinham jeito para cozinhar.
Às vezes gostava de ficar ali a preparar a comida e olhar para a janela à sua direita. O quintal era lindo à noite: o rio calmo e brilhante, os sons da natureza e alguns pirilampos a voar no meio das árvores…. Ela gostava muito de ver daquela paisagem depois de um dia inteiro a trabalhar. Tirava-lhe o cansaço como que por magia.
Porém, reparou que havia alguma coisa a andar no quintal, e não se parecia nada com a Pewku. Era alguém muito estranho que parecia ter problemas em andar, dando um passo a seguir ao outro com dificuldade. Gali aproximou-se um bocadinho, a escuridão não a deixava ver quem era.
Uns segundos depois parou e olhou para casa. Gali assustou-se: quem quer que fosse parecia que estava a olhar para a janela donde ela espreitava. Teria-a visto? Foi buscar uma coisa ao bolso que ela não conseguia distinguir, excepto que lhe cabia na palma da mão.
- Gali, que se passa? – Perguntou Pohatu ao pé dela, curioso por saber o que lhe chamava a atenção.
O objecto foi envolto por uma chama verde e a pessoa largou-a, deixando-a flutuar no ar. “Flutuar?”, aquele espectáculo misterioso e sem sentido fê-la recear o pior. E aconteceu: estava a voar na direcção dela! Ela reagiu rapidamente e baixou-se aos gritos:
- CUIDADO!!!!
Pohatu desviou-se a tempo da trajectória e viu aquela coisa a aterrar no meio da mesa, partindo alguma louça e queimando a toalha. “Foi por pouco!” Pensou para si enquanto recuperava do susto. Com um copo de água, apagou o fogo que se alastrava rapidamente, com cuidado para não se queimar ou se cortar com os copos partidos.
Os outros Toa tinham aparecido rapidamente à entrada, sobressaltados com o cenário: Pohatu a tentar apagar o fogo, louças, copos e vidros partidos espalhados pelo chão e Gali a se levantar no meio daquela confusão. Onua e Takanuva ajudaram Pohatu a apagá-lo enquanto Lewa e Tahu ajudavam Gali que parecia meio atordoada.
- Está bem? Não te cortaste? – Perguntou Tahu, agarrando-a gentilmente pelos braços.
- Sim, eu estou bem Tahu. – Disse Gali, olhando pela janela. A pessoa tinha desaparecido. - Mas….
- Que caos! Que coisa fez isto? – Perguntou Takanuva.
- Estava envolto em chamas verdes, parecia uma pedra mas deve ter desaparecido. – Disse Pohatu, sentando-se na cadeira.
- Alguém a atirou do quintal. Eu vi alguém lá fora.
- Por isso é que estavas a olhar pela janela Gali? – Ela assentiu, desligando o fogão e sentando-se ao pé deles.
- Uma pedra a deitar chamas? E ainda por cima verdes? – Perguntou Tahu, olhado para Pohatu, desconfiado. – De certeza que viste bem?
- Absoluta. Eu vi tudo.
- Isto não encaixa bem. – Pensou Onua. – Quem seria capaz de ter esses poderes?
- Talvez a pedra saiba. – Disse Kopaka, com a pedra na sua mão. A pedra tinha um papel atado à volta. Cuidadosamente, ela tirou para não se romper, por causa da frágil superfície acastanhado da queimadura e desdobrou-o.
- Que é que diz? – Perguntou Gali, preocupada com o olhar grave dele.
Kopaka não disse nada, estendeu o papel no meio da mesa e empurrou-o para eles:

Abandonem a casa imediatamente!
Vão! Vão-se embora antes que seja tarde!!!


O olhar que os 7 Toa partilhavam estava cheio de medo, tão grande que rapidamente se viraram de costas, formando um círculo, enquanto ouviam o mínimo ruído que fosse, à espera de um óbvio sinal de perigo. Alguma estava prestes a acontecer, eles tinham a certeza. Tinham a certeza, que os caçadores negros os tinham encontrado.
Mas não se ouviram nada, apenas a Pewku a latir lá de fora ao pé de umas árvores. Parecia muito agitada sobre uma coisa e tentava chamar-lhes a tenção da janela. Eles nem se preocuparam em ir buscar as armas e foram ter com ela a correr para verem o que ela tinha.
Pewku estava ao pé de umas pegadas que vinham do quintal até ao portão: duas marcas muito pequenas que parecia mais de uma pessoa do que de um inimigo e ainda uma marca redonda ao lado. Ainda que fosse um alívio não terem sido descobertos, ninguém teve vontade de respirar calmamente. Afinal, alguém os tinha ameaçado para abandonarem a casa.
Ou teria avisado?....
- Vamos para dentro. – Disse Tahu. – Hoje à noite eu fico de vigia.
- Também eu. – Voluntariou-se Onua, olhando para a casa. – Mas alguém devia arranjar o vidro.
- Eu tapo a janela, amanhã eu arranjo outro. – Decidiu Gali, sem tirar os olhos das pegadas.
- Está bem. – Agora vamos, está a ficar frio. – Disse Takanuva.
O jantar estava pronto, mas quase ninguém teve apetite para comer.
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Mensagem por Ignika Sáb Abr 12, 2008 1:07 am

estao optimas estas partes. muito interessantes sem duvida, e tambem ficamos a saber os nomes do Takanuva e do Lewa, axo que eram Miguel (Takanuva) e Dinarte (Lewa), e nunca tinha ouvido falar de Dinarte, e muito original. ja agora, vais fazer mais ou menos quantos capitulos?
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Mensagem por Le-matoran girl Sex Abr 18, 2008 1:13 am

Toa Ignika escreveu:estao optimas estas partes. muito interessantes sem duvida, e tambem ficamos a saber os nomes do Takanuva e do Lewa, axo que eram Miguel (Takanuva) e Dinarte (Lewa), e nunca tinha ouvido falar de Dinarte, e muito original. ja agora, vais fazer mais ou menos quantos capitulos?


Obrigada Very Happy Ya, são esses os nomes que escolhi para eles. ^^; Não sei porquê mas achei que lhes ficava bem. Encontrei Dinarte por sorte, foi uma amiga que me tinha falado nesse e achei que tinha um tom tão divertido que assentava bem com o Lewa. Não sei se os nomes dos outros vão ser revelados, mas se quiseres eu digo.
Quanto aos capítulos não sei, nunca sei quantos capítulos hei-de fazer. Mas acho que ainda faltam uns poucos, se calhar.
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Mensagem por Ignika Sáb Abr 19, 2008 12:22 pm

Le-matoran girl escreveu:Obrigada Very Happy Ya, são esses os nomes que escolhi para eles. ^^; Não sei porquê mas achei que lhes ficava bem. Encontrei Dinarte por sorte, foi uma amiga que me tinha falado nesse e achei que tinha um tom tão divertido que assentava bem com o Lewa. Não sei se os nomes dos outros vão ser revelados, mas se quiseres eu digo.
Quanto aos capítulos não sei, nunca sei quantos capítulos hei-de fazer. Mas acho que ainda faltam uns poucos, se calhar.
ate mete piada o nome, porque nunca ouvi falar.. Laughing
mas so agora e que dissestes os nomes do Takanuva, Lewa e gali, certo?
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Uma casa "quase"perfeita Empty Re:Uma casa "quase" perfeita

Mensagem por Le-matoran girl Seg Abr 21, 2008 6:14 pm

Toa Ignika escreveu:
Le-matoran girl escreveu:Obrigada Very Happy Ya, são esses os nomes que escolhi para eles. ^^; Não sei porquê mas achei que lhes ficava bem. Encontrei Dinarte por sorte, foi uma amiga que me tinha falado nesse e achei que tinha um tom tão divertido que assentava bem com o Lewa. Não sei se os nomes dos outros vão ser revelados, mas se quiseres eu digo.
Quanto aos capítulos não sei, nunca sei quantos capítulos hei-de fazer. Mas acho que ainda faltam uns poucos, se calhar.
ate mete piada o nome, porque nunca ouvi falar.. Laughing
mas so agora e que dissestes os nomes do Takanuva, Lewa e gali, certo?


Laughing Eu nem sabia que existia, mas é bem engraçado por acaso!
Ya, por agora só revelei os nomes falsos deles, mas não sei vou revelar os dos outros Toa. Tenho de continuar e ver o que acontece Smile
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Mensagem por Ignika Seg Abr 21, 2008 6:59 pm

Le-matoran girl escreveu:Laughing Eu nem sabia que existia, mas é bem engraçado por acaso!
Ya, por agora só revelei os nomes falsos deles, mas não sei vou revelar os dos outros Toa. Tenho de continuar e ver o que acontece Smile
e pena.. Rolling Eyes
ja agora, ja começastes o 5º capitulo? e.. quantos capitulos vais fazer? Neutral
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Uma casa "quase"perfeita Empty Re:Uma casa "quase" perfeita

Mensagem por Le-matoran girl Seg maio 05, 2008 9:32 pm

e pena..
ja agora, ja começastes o 5º capitulo? e.. quantos capitulos vais fazer?

Já estou quase a acabar. Infelizmente não ando a ter muito tempo, mas tenho tudo na cabeça só tenho de pôr no papel. Hmmm, não tenho bem a certeza mas acho que vou fazer mais 5, talvez.
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Mensagem por Lhikan Ter maio 06, 2008 2:26 am

Os 4 capítulos estão giros...... Wink
Mas ainda nos vais explicar como é que os toa nuva foram transformados em humanos...e a pewku num cão... Razz
Já agora, tás a pensar em envolver o Teridax ( o makuta ) ou uma outra personagem malévola nesta história ?
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Mensagem por Le-matoran girl Ter maio 06, 2008 9:57 pm

Lhikan escreveu:Os 4 capítulos estão giros...... Wink
Mas ainda nos vais explicar como é que os toa nuva foram transformados em humanos...e a pewku num cão... Razz
Já agora, tás a pensar em envolver o Teridax ( o makuta ) ou uma outra personagem malévola nesta história ?


Obrigada Very Happy
Bem, eu sempre pensei que Teridax tivesse poder suficiente para fazer isso e muito mais. Como ele queria deixá-los quase indefesos enquanto estivessem noutra dimensão quis mudar-lhes a aparência de forma a que ele pudesse capturá-los com mais facilidade. Quanto ao Pewku....achei engraçado se ela estivesse presente também. E de certa maneira ela é importante porque diz-se que os animais são muito sensíveis a coisas fora do normal.
Não, nenhum vilão do mundo Bionicle entra na história. mas sem dúvida que alguém irá (e já está) tentar destruir os Toa.
Espero que tenha conseguido explicar bem
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Uma casa "quase"perfeita Empty Re: Uma casa "quase"perfeita

Mensagem por Lhikan Qua maio 07, 2008 2:24 am

Lhikan escreveu:
Os 4 capítulos estão giros......
Mas ainda nos vais explicar como é que os toa nuva foram transformados em humanos...e a pewku num cão...
Já agora, tás a pensar em envolver o Teridax ( o makuta ) ou uma outra personagem malévola nesta história ?



Obrigada
Bem, eu sempre pensei que Teridax tivesse poder suficiente para fazer isso e muito mais. Como ele queria deixá-los quase indefesos enquanto estivessem noutra dimensão quis mudar-lhes a aparência de forma a que ele pudesse capturá-los com mais facilidade. Quanto ao Pewku....achei engraçado se ela estivesse presente também. E de certa maneira ela é importante porque diz-se que os animais são muito sensíveis a coisas fora do normal.
Não, nenhum vilão do mundo Bionicle entra na história. mas sem dúvida que alguém irá (e já está) tentar destruir os Toa.
Espero que tenha conseguido explicar bem

TUdo ok Wink
Aguardo ansiosamente o 5º Capitulo...... Cool
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Mensagem por Le-matoran girl Qui Jun 19, 2008 6:40 pm

Bem, dois já foram, falta mais um. Desculpem lá o tempo que estive ausente mas precisava mesmo de marrar para estes exames... Ainda tenho de me preparar para o próximo, mas queria deixar este capítulo Smile Só para celebrar destes dois que passaram.
Como sempre espero que gostem Wink E desculpa outra vez.

5


Os dias que se seguiram ao susto daquela noite foram vividos com um constante nervosismo, receio e uma guarda apertada à volta deles. Tinham todo o cuidado possível com as pessoas que mal conheciam e tentavam descobrir quem é que tinha atirado a pedra. As marcas no jardim não serviam de muita ajuda na busca mas pelo menos era um começo.
Eles queriam mesmo relaxar um bocado durante aquela inquietação toda.
E que sítio melhor para descansar do que uma festa?

Era um clima de animação e diversão: uma banda tocava música sem parar, com as pessoas à frente deles a dançar e a rodopiar, velhos a rir-se, casais a passear pelas bancas, crianças a passear com serpentinas e peluches numa mão e algodão doce ou um chupa-chupa noutra… Havia muitos jogos de pontaria, de sorte e bancas a vender lindos colares, roupas, velinhas de cheiro e outras pechinchas, enquanto que se queimava incenso de jasmim de uns pequenos potes, para amostra.
Todos se divertiam, não havia tristezas, apenas sorrisos, risadas e por vezes palhaçadas. Era um local tão divertido que agradou muito a Lewa. Fazia-lhe lembrar Le-koro e as suas famosas festas. Não hesitou nada em se juntar aos outros, com vontade de experimentar tudo e dançar. Takanuva também não lhe ficava atrás e pôs-se logo a ver as bancas de jogos tradicionais, a ouvir a música e ainda quis perceber como é que umas coisinhas amarelas que um homem gordo metia num recipiente a ferver podiam transformar-se em pipocas de várias cores no meio de estalidos.
Coube a Onua controlar a curiosidade dos dois irmãos antes que a situação ficasse fora do controlo. Ele também queria se juntar a eles mas tinha de ficar para mais tarde: Tinham combinado ver o jogo de futebol para irem ter com Pohatu e já estavam atrasadíssimos. A partida devia estar quase a acabar.
Os três correram logo a ir ter para o campo, mas tiveram azar: faltava 5 minutos para acabar; tinham perdido a maior parte do jogo. Portanto tiveram de se contentar em ver o resto e tentar se divertirem. E nem sequer foi mau: a poucos minutos do fim, a equipa que Pohatu andava a treinar tinha marcado outro golo, e asseguraram a sua vitória 3 – 1! Quase toda a gente do público levantou-se dos assentos, com grandes gritos, assobios e palmas. Há muito tempo que a equipa da casa não tinha feito um jogo tão espectacular e ainda por cima que tenha ganhado. O espírito só aumentou cada vez mais, graças àquela vitória.
- Parabéns irmão! – Congratulou Onua, assim que Pohatu saiu dos balneários. Este estava vermelho, mas era da euforia em que tinha estado o jogo inteiro, por poucos minutos parecia que nunca tinha deixado Po-koro e que estava a assistir a outro dos grandes jogos de Kolhii. E como em todos os jogos, havia sempre que festejar uma vitória.
Quando estavam prestes a ir comprar umas bebidas, Lewa soltou um “Ah” muito alto que assustou os seus irmãos, ele estava muito aflito a olhar para o relógio de um dos postes. E depois ficaram com a mesma cara quando se lembraram:
- Esquecemo-nos de ir ter com a Gali!

E o quanto impaciente ela estava... Quase meia hora em frente ao portão e ainda não os viu. Não era que atrasos a aborrecessem, não em alturas destas, mas tinha muita vontade de festejar e ter que estar ali a ver os outros divertir-se enquanto ela tinha de esperar por eles, não era algo que lhe desse vontade de rir.
- Eles devem estar quase a chegar. – Pensou ela, sentando-se num banco. – Tenho a certeza que sim.
Foi então que sentiu uma mão no seu ombro, muito pequena e rugosa que fez a pele dela arrepiar-se. Não era nenhum dos seus irmãos, de certeza; mas não conhecia ninguém que tivesse umas mãos assim.
- Está sozinha a menina?
- Ah, é a senhora. – Disse Gali, aliviada ao ver que era só a velha que tinha aparecido na papelaria a alguns dias atrás. Sentiu-se uma tola por se ter assustado tão facilmente. – Sim, só estou à espera dos meus irmãos.
- Estou a ver… Eu sabia que a iria encontrar aqui, nunca falha a minha intuição.
- Andava à minha procura? – Levantou-se, surpresa, para a senhora que não recuou um passo, determinada.
- Sim minha querida. – A velha aproximou-se dela, tirou uma coisa do bolso do avental e agarrou na mão dela para lhe dar o estranho objecto: Um fio preto e grosso do qual pendia um pequeno círculo prateado com umas estranhas escrituras e um pedaço de vidro no centro. – Use-o, pode ser a sua única hipótese contra o perigo.
- Perigo? – Aquela palavra fê-la recear o pior. – Que quer dizer?
- Use-o, por favor e saíam daquela casa! – A voz da mulher parecia mais alta, mais agitada como se alguém ou alguma coisa terrível andasse atrás dela e o seu tempo estivesse a acabar.
- Espere! – Ia a segui-la, mas uma voz parou-a:
- Ei, irmã! – Pohatu e os outros foram rapidamente ter com ela e Gali cumprimentou-os antes de virar o seu olhar outra vez para a velha; mas ela já não estava lá.
“Como é que ela desapareceu tão depressa?”
- Desculpa se estiveste à espera muito tempo. – Desculpou-se Onua, um bocado envergonhado.
- Não faz mal, a sério. – Disse Gali.
- Onde arranjaste o colar? – Perguntou Lewa, desconfiado, quando viu aquilo na mão dela.
- Errr… - Só nesse momento se lembrou o que ela lhe tinha dado. – Foi uma pessoa que conheci na papelaria.
- É bonito. – Reparou Pohatu.
- Porque não o usas? – Sugeriu Takanuva.
Gali não tinha muita certeza. Da maneira que ela lhe tinha falado do colar, parecia que tinha algum segredo misterioso dentro dele. Mas estava curiosa por ver o que podia acontecer e não queria que eles suspeitassem dela. E como Pohatu disse, era bonito.
- Bom, agora vamos. – Disse Lewa, excitado. – Já estou aqui há tempos e não me diverti nada!
E os outros queriam tanto se divertir como ele; todos juntos voltaram a entrar naquela turbilhão de cores, cheiros e música e lá ficaram a aproveitar o resto da festa. Foi uma tarde alegre e solarenga que afastou nuvens e maus pensamentos. Até Gali conseguiu esquecer por umas horas o estranho episódio que lhe tinha acontecido.

Tinham-se divertido tanto naquela tarde que quando chegaram a casa, fizeram apenas um jantar rápido e foram logo descansar para irem trabalhar no dia seguinte.
Pohatu estava plenamente satisfeito por se deitar a pensar na grande vitória da sua equipa e na festa espectacular que se sucedeu, pela primeira vez naquele mundo tinha-se divertido imenso. Pena é que tivesse acabado tão depressa; e já era altura de ir dormir.
Mas havia algo de estranho naquela noite. Enquanto todos estavam a dormir profundamente, ele sentia uma grande escuridão dentro do quarto, que começava a ficar muito frio de repente, um frio que lhe causava arrepios mesmo por debaixo de um grande cobertor. E porque é que sentia como se estivesse a ser observado?
Quando ouviu passos lentos a ir na sua direcção, virou-se rapidamente e a poucos centímetros dele estava uma mulher. Era bela com o cabelo louro e a pele tão branca que parecia iluminar a escuridão. Como poderia ser possível? O vestido vermelho era provocante mas era a expressão de mistério e sedução que lhe chamou a atenção.
- Quem és tu? Como conseguiste entrar? – Perguntou Pohatu. Virou o olhar para Onua e estranhamente ele dormia profundamente apesar do barulho que os saltos altos dela faziam e de ter levantado a voz sem querer.
- Parabéns querido. – Disse a mulher com um sorriso nos lábios pintados.
- Eu conheço-te de algum lado?
- Não sejas tímido, eu sei o que tu queres.
- Aahhhh?! – Não percebia nada do que ela queria dizer e ainda por cima estava a ficar assustado com a sua presença. Tentou recuar para um canto mas ela aproximou-se ainda mais e tocou-lhe na face. A mão estava tão fria que lhe deu arrepios no corpo todo.
- Não fujas, temos de ser rápidos. – E tentou beijá-lo enquanto que ele tentava empurrá-la. Não conseguia perceber como é que ela tinha tanta força que ele se encolhia cada vez mais.
- Espera, estás a confundir-me com outro alguém. Quem és tu?
- Oh querido, tu sabes quem eu sou. – E encostou-se ao seu ouvido. – Sou tua…Marina.
- O quê?
- Anda cá…
Mas antes que o pudesse beijar, ela soltou um grito capaz de acordar os mortos e que o fez gritar muito alto. Olhou para a porta e para ele outra vez; e ele reparou que ela se estava a derreter. Derretia como uma velha, ficando cada vez mais deformada, a esvair-se em sangue entre gritos de horror. No fim, só estava uma poça vermelha e asquerosa no chão. Ele mal conseguia respirar com o susto, suor frio escorria-lhe pela face a encharcava-o todo.
“Mas que aconteceu agora?”, perguntou-se ainda sem acreditar no que acabou de ver. O coração ainda batia aceleradamente só de se lembrar o pânico e o horror que ela transparecia no seu rosto. Aproximou-se lentamente da beira da cama e espreitou para a poça de sangue; mas tinha desaparecido.
- Pohatu, vai dormir. – A voz resmungona e sonolenta do Onua tinha-o feito dar um salto que o pôs de pés em cima da cama. Onua olhou para ele, completamente pálido e num estado assustadiço que o deixou confuso. – Que estás a fazer?
- Onua, aconteceu aqui uma coisa muito estranha. – Disse Pohatu, ainda a olhar para o lugar onde a poça tinha estado.
- Deve ter sido apenas um pesadelo, descansa. Vai deitar-te.
Pohatu demorou algum tempo a cumprir a ordem, de tão chocado que ainda estava, mas depois deitou-se e tapou-se. A sensação dos cobertores e lençóis fazia-o sentir-se quente e até seguro, enquanto se aconchegava para ir tentar dormir. Duvidava que fosse capaz de fechar os olhos depois daquilo.
- Pohatu?
- Ah Onua?
- Desde quando é que gritas como uma menina?
- Não fui eu.
- Sim, pois. Boa noite. – E finalmente voltou a dormir, tão depressa como tinha acordado.
Mas quando finalmente o calor e o sono estavam a ganhá-lo outra vez, sentiu uma mão acariciar-lhe a face.
- Querido…….
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Mensagem por Lhikan Qui Jul 03, 2008 7:21 pm

lol! Está brutal...... parabéms Wink

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Pobre Pohatu, tinhas de por o meu toa nuva favorito a sofrer... Razz
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Mensagem por Ignika Sex Jul 04, 2008 11:42 pm

realmente esta capitulo ta bem feito, gostei de ler (porem ja tinha lido uma pequena parte antes de ser publicado eheh) tongue
Pobre Pohatu, tinhas de por o meu toa nuva favorito a sofrer...
essa nao percebi Lhikan Rolling Eyes
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